Existem muitos brasileiros que, como eu, são formados em direito e decidiram chutar o pau da barraca e mudar de país. E agora? O que fazer? Em que trabalhar?
Uma das possibilidades de emprego sem sair da área jurídica é tentar um emprego como assistente jurídica, técnica jurídica ou secretária jurídica. As funções dessas três profissões são quase idênticas.
Pelo que pude observar nos anúncios e nas entrevistas que fiz esse profissional vai auxiliar o advogado, gerenciando seus prazos, fazendo pesquisas jurídicas, redigindo cartas, contratos e outros atos jurídicos. E, principalmente, ele vai transcrever, formatar e corrigir (gramática, sintaxe, ortografia) as peças produzidas pelos advogados. Pois, aqui, os advogados não escrevem. Eles gravam as petições em um aparelho chamado dictaphone (uma espécie de gravador) e a técnica/assistente/secretária irá passar isso para o papel em um perfeito francês (ou inglês se o escritório for maior e atuar também nessa língua), inclusive alterando a estrutura da frase que ela considerar errada. O advogado então assina sem ler.
Resumo da ópera: para exercer essa função o francês escrito (e inglês dependendo do caso) deve ser perfeito.
Quanto à formação existem cursos do CEGEP para exercer essa função (DEP) e muitas vezes o anúncio de emprego faz menção a ele, mas eu notei que eles aceitam bem nosso curso de direito e nossa experiência no Brasil, mas querem saber se o candidato não irá deixar o emprego para ir buscar algo como advogado (normalmente eles não imaginam que para advogar é necessário fazer boa parte do curso, o teste do barreau e o estágio de 6 meses), o que é totalmente compreensível.
No período de 3 semanas que procurei emprego na área eu cheguei a fazer entrevistas em escritório e em agência de emprego. Cheguei à conclusão que meu francês escrito ainda não está perfeito e que eu poderia até conseguir um emprego, mas que isso poderia levar algum tempo. Então resolvi ser mais flexível na minha procura de emprego, começar a trabalhar em outra área e tirar 6 meses a 1 ano para estudar muito francês escrito à noite para tentar novamente ano que vem. Não me arrependo nem um pouco de minha decisão, mas isso é assunto para outro post.
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