Imigrando com cães - Parte III: Recife-RJ

Acho melhor em terminar de contar essa viagem com os cães senão eu acabarei esquecendo os detalhes...

Então, no último post eu falei do problema que a American Airlines em Recife me causou, tendo que mudar meu roteiro, desviando pelo RJ e por NY, aumentando assim a viagem em 12 horas.

Quando me deram essa solução já era aproximadamente 11h da manhã, horário que eu deveria estar decolando rumo a Miami. Tive que aguardar o vôo que eu deveria ter pego partir para que emitissem nossos novos tickets. Pegaríamos um voo da Tam até o RJ e de lá embarcaríamos pela AA para o JFK em Nova Iorque onde faríamos conexão para Montréal.

Considerando que existe vôo de NY direto para Québec - o que não havia partindo de Miami - perguntei se poderia trocar nosso bilhete para fazermos NY-Québec já que fizeram essa confusão toda por conta do 1ºc de Miami, mas o pedido foi negado.


Maja e Lancelote durante a viagem de João Pessoa para Recife

Enfim, fomos à TAM fazer o check-in para o Rio de Janeiro. A atendente de lá, um amor de pessoa, foi super gentil e ficou injuriada pelo que ocorreu. E confirmou o que eu já sabia: a tam não faz esse tipo de verificação de temperatura. Enfim, tive que pagar o embarque dos cães pela TAM no valor de quase R$ 500,00. Foi então que a atendente me chamou a atenção ao fato de que eu deveria confirmar com os funcionários da AA se seria eu que pagaria ou eles o fariam considerando que eu não havia escolhido fazer uma conexão por outra companhia aérea e que o que eu iria pagar na AA originalmente seria 150 dolares por cão. Ou seja, se me cobrassem novamente no Rio eu estaria pagando o dobro pelo embarque dos cães. Nesse momento tive informações desencontradas. Um funcionário da AA disse que eu teria que pagar de novo e outro disse que bastaria eu mostrar o recibo da TAM no RJ para comprovar o pagamento. Nesse momento eu estava psicologicamente exausta então resolvi acreditar no funcionário que disse que eu não pagaria e rezar.

Fato engraçado é que quando a funcionária da TAM havia feito todo o procedimento de embarque dos cães e me disse para levá-los ao check-in no momento do embarque (1 hora depois, mais ou menos), nos nos despedimos e só quando eu estava pegando o elevador para a praça da alimentação que me lembrei que ela tinha esquecido de me pedir o comprovante de pagamento (e eu de ir pagar). Daí voltei correndo para lá para efetuar o pagamento.

Enfim, fiquei muito satisfeita com o atendimento da TAM.

Feito o check-in, malas despachadas, fui finalmente comer algo. A viagem havia começado às 5h da manhã daquele dia e já era mais de 1h da tarde. A fome bateu. Comemos, alimentamos os cães e na hora marcada os entregamos à funcionária da TAM. Para mim foi um momento difícil pois não fazia ideia de como eles se comportariam durante o voo.


 Caixas de Merlim e Lancelote no aeroporto de Recife

***

Algo que não posso deixar de comentar é que diante do aumento de tempo de viagem em 12 horas eu fiquei com medo que a ração que eu estava levando fosse insuficiente para eles se alimentarem, o que foi outro motivo de preocupação. Felizmente, amigos são o bem mais precioso que temos e eu lembrei (ou melhor minha irmã lembrou) que minha amiga Tati mora perto do Galeão, no Rio de Janeiro. Então eu liguei para ela perguntando se ela poderia me levar um pouco de ração de seus animais no aeroporto para garantir que Merlim e Lancelote não ficassem com fome. E não só ela levou a ração como, assim como sua sobrinha, me ajudou enormemente durante a conexão mais maluca e apressada de minha vida.

Tati, nunca serei capaz de agradecer toda a ajuda que você nos deu naquele momento. Obrigado, do fundo do coração.

***

Chegamos no galeão por volta das 19h e nossa conexão sairia pouco depois (não lembro bem, mas antes das 22 horas). Felizmente não precisamos pegar as malas, mas tínhamos 2 cães para pegar. Descobrimos onde eles sairiam e fomos pedir para um funcionário que os buscasse rápido devido a nossa conexão. Uns quinze minutos depois ele chegou com Merlim e Lancelote.

Eles estavam um pouco assustados mas bem. Ufa! Meu maior medo era que eles ficassem extremamente estressados durante o voo, pois são cães idosos e, portanto, com pequenos problemas cardíacos.

Ao sairmos para o hall do aeroporto encontramos a Tati e a sobrinha dela que como eu disse foi de uma super ajuda. Primeiro elas nos guiaram pelo aeroporto do Rio fazendo com que chegássemos muito mais rápido ao local do check-in da AA. Quando chegamos lá o check-in já havia começado e éramos as últimas da fila. Nesse momento eu não estava muito preocupada com o tempo porque pensava, não sei porque, que sairíamos 1 hora depois do horário no qual o voo realmente decolaria. Achava então que teria pelo menos uma meia hora para passear com os cães.

Mas, mesmo assim começamos, ali na fila, a organizar as coisas. Trocar forro das caixas de transporte que estavam xixadas, tirar os cães da caixa e levá-los para andar e fazer xixi do lado de fora (e mesmo do lado de fora do aeroporto acreditam que teve segurança dizendo que não poderíamos tirá-los da caixa ali? Sim, eles não poderia sair da caixa nem no exterior do aeroporto!!!! Absurdo isso).

Quando chegou nossa vez foi que me dei conta que estávamos realmente atrasadas. Foram QUATRO funcionários fazendo nosso check-in ao mesmo tempo. Nesse momento corremos para alimentar e oferecer mais água aos cães pois eles já seriam despachados imediatamente. A adrenalina estava a mil. Foi tão corrido que mal deu tempo de pensar em me preocupar em como eles enfrentariam o trecho mais longo da viagem.

Depois de tudo preenchido, caixas lacradas, adesivos colados, o funcionário vem me dizer que tenho que ir na loja pagar o valor da passagem dos cães (a taxa de 150 dólares por cão, lembram?). Foi aí que eu bati o pé e disse que estava tudo pago pela TAM devido a confusão de Recife. Acho que como estávamos tão atrasados o funcionário não argumentou e nos liberou.

Momento de tensão foi quando fomos argumentar a questão do pagamento do embarque dos cães, minha irmã caiu na besteira de comentar que o motivo da mudança de voo foi a temperatura em Miami. Dai uma funcionária (a única mulher que estava fazendo nosso check-in) veio logo dizer: "ah, é mesmo, temos que verificar a temperatura...". Eu quase ataco a infeliz porque se eu fui pelo RJ foi que em Recife me garantiram que eu embarcaria para NY. E, depois disso tudo vem uma infeliz que nem estava lembrando de verificação de temperatura me dizer isso... Mas, enfim, imediatamente os outros funcionários que estavam fazendo o nosso check-in (que desconfio que 2 deles era supervisores ou gerentes) disseram logo que não iam verificar nada, que já estava em cima da hora e que tínhamos que correr para pegar o voo.

***

Verdade seja dita, os funcionários do RJ da AA (tirando essa mulher) foram super gente fina conosco. Fizeram de tudo para nos embarcar com o pouco tempo que tínhamos para isso.


Não sei vocês mas eu sempre me dou melhor com funcionários homens. É impressionante como as mulheres ficam procurando pêlo em ovo. Foi assim em Recife e quase que seria no RJ, se dependesse dessa funcionária que estava lá. Felizmente ela não era gerente.

***

Finalmente, nos despedirmos da Super-Tati e corremos para o embarque. Parei no banheiro em frente ao portão de embarque e corri para o avião. Fomos as últimas - ou quase - a embarcar. Viria agora uma longa noite de preocupação com os cães. Era perto de 22 horas e se tudo tivesse corrido como planejado deveríamos estar dentro do avião que nos levaria de Miami a Montreal e não ainda no RJ.

Mas, enfim, estávamos deixando o Brasil com os cães e isso era o mais importante.


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